quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Internacionalização da Amazônia

"A Amazônia vem sendo predada há milhares de anos, mas tem resistido devido à força e à determinação de seus donos, nós, os brasileiros. Portanto é inadmissível que o governo inglês, que tanto mal causou a região ao roubar a borracha no primeiro e mais escandaloso ato de biopirataria da história mundial, venha agora fazer propostas mirabolantes de privatização e que envolvam a quebra da soberania brasileira sobre esse território.
Não se admite que um país que rebaixou o rio que cruza sua capital, o Tâmisa, à categoria de esgoto vir agora querer ensinar como nós, os brasileiros, devemos tratar a Amazônia. Não se admite que um povo predador, que bancou corsários, piratas disfarçados de patriotas, que escravizou negros, que oprimiu suas colônias, venha agora arvorar-se a soberano da racionalidade ambiental. Não, basta de ataques à soberania brasileira sobre a Amazônia, esse rico e diverso território brasileiro, verde e amarelo como nossa bandeira.
Nesse sentido, os ingleses de agora vêm repetir ladainhas já empunhadas por outras personalidades tenebrosas de tempos diferentes. No livro ‘Mein Kampf’ (minha luta) Adolf Hitler já demonstrava ter olhos languidos para essa região. O ex-presidente francês François Mitterand também andou arrastando suas asas de conquistador barato para a região com proposta semelhante à da privatização inglesa. O ex-vice-presidente americano Al Gore também tinha idéias semelhantes. A todos eles, no tempo correto, a sociedade brasileira mostrou que a Amazônia é brasileira e ninguém tasca. Devemos, portanto, repudiar mais essa tentativa, que começa tímida, com uma frase solta, num jornal qualquer, mas que, certamente, por trás existe um plano sórdido de conquista. Foi assim que aconteceu com o Iraque, que de parceiro dos poderosos de uma hora para outra - a despeito da sanha sanguinária de seu ditador - virou o grande satã e Saddam Hussein foi arrancado do poder numa guerra suja, que hoje sabemos não ter tido os motivos alegados à época.
O governo brasileiro deve repudiar oficialmente tal proposta. As organizações não-governamentais brasileiras também devem denunciar o caso. Não devemos esperar por ONGs estrangeiras, pois delas, assim como na missa, não sabemos um terço."

Fonte: Diário do Amazonas - 04/10/2006

Nenhum comentário: