terça-feira, 7 de novembro de 2006

Dia de Todos os Mortos

Frustrado ao encontrar a morte e não ter como vencê-la e tendo que sofrer diante dela quando perde entes queridos, o ser humano procura justificá-la sempre, recorrendo às escrituras sagradas, onde aprende que foi criado do barro e ao barro voltará, adquirindo a certeza do inevitável fim. Diante da perda tão traumática, o homem criou um sistema de defesa contra a morte, o esquecimento. Depois do sofrimento vem um anestésico, em que as lembranças vão se diluindo com o tempo, a imagem querida vai tornando-se embaçada na memória.
Nasce desta frustração a necessidade de tornar-se eterno. Primeiramente põe suas esperanças na procriação, eternizando suas características genéticas. Enquanto a mulher era responsável pela seleção natural, o homem, a força, a forçava a manter relações só com um parceiro, nascendo a monogamia, pois necessitava ter a certeza de que a prole que estava criando carregava realmente sua descendência genética.
Outra saída na luta contra a morte foi a criação do "céu", onde mesmo que seu corpo não agüentasse, a sua alma iria ter vida eterna. Passou a pensar que a morte não era o final e sim o início de uma nova vida.
O culto aos mortos nasceu de uma necessidade religiosa, onde o criador iria ressuscitar o ser humano para uma vida eterna. Depois de cerca de mil anos de comemoração, o dia de finados passou para um patamar além da religião, fazendo parte das paixões do ser humano, da necessidade de homenagear um ente querido que se foi para uma "vida melhor", retirando o peso da perda, resguardando as lembranças boas que não podem ir também.

Um comentário:

Anônimo disse...

UMA VITORIA PARA A JUSTIÇA E PARA COARI. ESSE JUIZ É DOS BONS.
GOSTARIA QUE VOCE MAGNIFICO PROFESSOR DESTACA-SE ESSE ASSUNTO EM SEU BLOG AO QUAL SEMPRE VISITO. N.A.

Quinta-feira, Novembro 09, 2006
Acusado de matar vai ser julgado


Mais de 11 anos depois da morte do então prefeito do município de Coari (a 363 quilômetros a sudoeste de Manaus), Odair Carlos Geraldo, o acusado de ter atirado contra ele, Arnaldo Almeida Mitouso, será levado a julgamento pelo Tribunal do Júri. Ele pode ser condenado de seis a 20 anos de prisão.

Francisco Almeida Monteiro, conhecido como ‘Romão’, também será julgado por ter atirado contra Arnaldo. Segundo o inquérito policial, a tentativa de assassinato ocorreu depois que o prefeito havia sido ferido com dois tiros por Arnaldo, no dia 13 de agosto de 1995. A pena de ‘Romão’ pode chegar a 13 anos de prisão.

Segundo o juiz Hugo Levy, que acolheu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra os dois e encaminhou o julgamento ao Tribunal do Júri, o processo estava parado desde 2002. “Um feito que se iniciou no já longínquo ano de 1995, (...) parado desde o dia 14 de janeiro de 2002, sem qualquer justificativa para tanto, a não ser que se esteja esperando que ocorra a prescrição (...) sepultando a esperança de Justiça de toda a população coariense”, disse.

O crime aconteceu depois que Arnaldo descobriu que o irmão dele, Adalberto Almeida Mitouso, foi preso, a pedido do prefeito, como ele contou à polícia na época.

Arnaldo informou em depoimento que procurou mais informações sobre o caso e descobriu que o irmão já estava solto, quando cinco homens, que ele disse ter sido sob ordem de Geraldo, agrediram-no na saída de um bar.

Durante a confusão, foram ouvidos dois disparos e um deles atingiu Arnaldo, que conseguiu fugir e atirar duas vezes contra o prefeito. Após atingir Geraldo, Arnaldo foi atingido por outro tiro, disparado por ‘Romão’.

Os outros quatro homens envolvidos no caso foram acusados de lesão corporal, mas não serão levados a julgamento por causa da demora na condução do processo, que resultou na prescrição do crime (quando os autores não podem mais ser punidos).

De acordo com Levy, ainda cabe recurso da sentença que encaminha o julgamento ao Tribunal do Júri. “Acredito que em cerca de seis meses eles deverão ser julgados pelo Tribunal”, afirmou. O juiz, que é lotado na capital, está respondendo pela comarca de Coari enquanto a juíza titular está de férias. “Não vi outros processos parados desta forma. Existe atraso, mas não de todo este tempo. Também não sei o motivo pelo qual o processo ficou parado”, declarou Levy.

Arnaldo foi candidato a deputado estadual este ano e candidatou-se à Prefeitura de Coari, em 2004.
Fonte: Diário do amazonas